Beryl – Ex-Testemunhas de Jeová

berylBERYL – Abusada pelo padrasto, um ancião Testemunha de Jeová, ela deixou a religião para encontrar paz em Cristo.

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Como sobrevivente de abuso físico, espiritual e emocional nas Testemunhas de Jeová, Beryl gastou uma grande parte da sua vida perguntando a Jeová: “Porque isto aconteceu? Como pudeste deixar que isto acontecesse?” Ela é tão abençoada por poder estar aqui diante de si e proclamar que é um testemunho vivo de que a mais horrível, cruel e devastadora experiência na vida, pode-se tornar em bem, se dermos a Jeová uma chance.

Abusada pelo padrasto, um ancião Testemunha de Jeová, ela deixou a religião para encontrar paz em Cristo.
Como sobrevivente de abuso físico, espiritual e emocional nas Testemunhas de Jeová, Beryl gastou uma grande parte da sua vida perguntando a Jeová: “Porque isto aconteceu? Como pudeste deixar que isto acontecesse?” Ela é tão abençoada por poder estar aqui diante de si e proclamar que é um testemunho vivo de que a mais horrível, cruel e devastadora experiência na vida, pode-se tornar em bem, se dermos a Jeová uma chance.

Uau…como pode você resumir uma vida em 3 páginas? Seria um desafio para qualquer um, mas para uma mulher verbosa como eu… duplamente difícil! Então pensei que para o Autor da minha história de vida, escrever três páginas de testemunho, não seria de nenhum modo um desafio para Ele.

Veja, para mim, mesmo como uma das Testemunhas de Jeová, eu sempre tive completa e total confiança no poder e lealdade de Jeová. Quando me apaixonei por Ele à tenra idade de sete anos, Ele tornou-se o meu mundo e não podia fazer ou dar-Lhe o suficiente de mim mesma e de minha vida. Eu o amava, não apenas a organização. Eu também fui educada que, apesar de fazermos parte da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, a vida era acerca de servir a Jeová, não agradar ao homem, mesmo na organização. Eu não sei quantas Testemunhas de Jeová olharam para mim, como se tivesse endoidecido, quando expressei apaixonadamente o seguinte pensamento:

 “Se Jeová nos dissesse para comer espinafres a cada refeição de nossas vidas e nos dissesse para dormir num chão de madeira cada noite e então dissesse que quando morremos, isso é tudo o que há. Por outras palavras, a única vida que temos é esta vida que temos agora. Nenhum paraíso. Nenhuma esperança de qualquer tipo ou recompensa por O servirmos ELE AINDA MERECERIA TUDO O QUE LHE PODEMOS DAR! Ele merece TUDO o que temos porque Ele é ESPETACULAR! Ele é tão MARAVILHOSO!”

Esse era o meu sentimento e por isso o meu testemunho parece ser diferente de muitos que eu já ouvi. Eu já escutei ex-Testemunhas falando sobre ir ao serviço de campo porque tinham de o fazer, de forma a ir para o paraíso. Elas detestavam fazer discursos, mas faziam-no porque isso era esperado da sua parte. Eu não me identifico com esse tipo de pensamento de modo algum.

Eu amava cada aspecto de ser uma Testemunha, ou posto melhor, cada aspecto de servir a Jeová. Eu gostava de ser gozada na escola, porque eu sabia que isso era porque estava sendo leal a Ele. Eu era feliz por não celebrar os feriados, porque eu sentia que cada sacrifício que eu fazia por Ele, era um presente belamente embrulhado que Lhe podia oferecer, de modo a mostrar-lhe o quanto eu O amava. Eu amava ir ao serviço de campo e cada aspecto desse serviço. Testemunho comercial, testemunho de rua, porta a porta… Eu amava isso tudo. Eu amava fazer designações. Em cada congregação que fiz parte, o Superintendente da Escola do Ministério Teocrático rapidamente aprendia que se houvesse um cancelamento de última hora, de uma designação, Beryl ficaria mais que feliz de a fazer de modo improvisado, sem qualquer hesitação.

Isto começou pelos meus 8 ou 9 anos. Não havia nada neste mundo que eu não amasse mais do que falar sobre Jeová… NÃO sobre a organização, sobre Jeová. Eu usei a palavra “amor” muitas vezes, mas não existe melhor palavra que descreva o meu sentimento. Assim, tendo esse tipo de desejo de viver para Ele, não é de surpreender que eu tenha sido batizada à jovem idade de 12 anos. Eu imediatamente iniciei o serviço de Pioneira Auxiliar cada mês embora estivesse na escola e o fizesse até que me formei na universidade e tornei-me Pioneira Regular. Após fazer uma viagem a Betel quando tinha 12, eu sabia que o objetivo da minha vida era servir em Betel e comecei a trabalhar fervorosamente em direcção a esse objetivo.

Agora creio, assim como muitos outros, que foi essa paixão sincera e sentida por Jeová, que o verdadeiro Deus viu e determinou preservar para Si mesmo. Contudo, existe sempre os 2 lados de um biscoito e eu penso que foi também essa intensidade de amor que tinha por Jeová e meu invulgar desejo de Lhe dar tudo, que me fez um alvo para o inimigo. E meu Deus, como ele fez tudo em seu poder para destruir meu amor por Ele. Desse modo, foi após 7 anos como Testemunha, servindo lado-a-lado com minha mãe e meu padrasto no ministério de tempo integral, que tudo em meu mundo mudou.

Foi à idade de 14 anos, que o mesmo homem que me doutrinou no serviço a Jeová, o mesmo que ensinou e viveu o sentido “O que Jesus faria?”, começou a abusar sexualmente de mim, enquanto ainda era servo ministerial e pioneiro regular. A juntar a isso, veio o abuso verbal, emocional e às vezes, físico também. Ele também começou a levar-me a ver filmes para adultos, nas costas de minha mãe.

Nós ouvíamos músicas rock quando estavamos sozinhos, embora nos últimos 7 anos apenas tenha escutado os simples “Cânticos do Reino”. Ele fez 180º graus em relação a tudo o que eu sabia e acreditava e mudou meu coração e meu mundo de cabeça para baixo. Existiram até mesmo 2 diferentes ocasiões que, logo após me molestar, eu comecei a chorar com vergonha e ele orou a Jeová comigo. Ele orou que “NÓS não iríamos continuar a fazer isto”, o que evidentemente, insinuava que a minha culpa era comparável com a dele.

Quando estava prestes a formar-me na universidade, eu revelei tudo o que estava ocorrendo nos últimos 3 ano à minha mãe. Abençoadamente, ela respondeu perfeitamente à situação. Ela chamou os anciãos, mas para cúmulo: nós fomos repreendidas em privado, fazendo-me crer que eu tinha tanta responsabilidade como o Chuck tinha.

Eu regressei ao serviço de pioneira tão cedo quanto me foi permitido e não me foi dada razão para crer que tinha ficado permanentemente afectada com tudo o que tinha ocorrido. Afinal de contas, estávamos em 1982 e não havia muita informação sobre os efeitos do abuso, mesmo no “mundo”, quanto mais na organização. Assim, da idade de 17 até aos 20 anos, quando casei com meu amor de infância, eu vivi um ciclo de tentar servir a Jeová como havia servido no passado, mas encontrando-me envolvida em conduta imoral com o sexo oposto com alguma regularidade.

Eu não sabia o que havia de errado comigo. Eu sabia que amava a Jeová tão profundamente como no passado, mas as minhas acções não apoiavam minhas palavras. A resposta dos anciãos foi que eu precisava casar-me e foi o que fiz, sendo que eles ficaram muito felizes quando finalmente o fiz. Eu “sabia” que todos os meus conflitos e lutas eram coisa do passado e poderia agora focar-me em servir a Jeová novamente. Meu Deus! Como estava enganada!

Os próximos 17 anos da minha vida foram cheios de lutas tortuosas, penosas e finalmente sem esperança, contra o círculo vicioso em que se tornou a minha vida. Eu fui desassociada, divorciei-me do meu amor de infância e escolhi um marido abusivo para meu segundo casamento. Eu tentei seriamente recuperar a minha vida em duas ocasiões diferentes, e passei por muitas, muitas outras coisas humilhantes e destrutivas antes de vir ao Senhor.

Foi o profundo desespero por desejos espirituais não alcançados em meu coração, que me levou a entrar pela porta de uma igreja pela primeira vez. Veja, não importa o que tenha acontecido na minha vida que pudesse ter endurecido meu coração e ter diminuído o meu desejo de glorificar a Deus com minha vida… nada afectou a minha paixão por Ele.

Embora estivéssemos desassociados, meu primeiro marido e eu, trouxemos 4 pessoas ao Memorial. Os anciãos vieram falar com os convidados e um riu-se dizendo: “Beryl, só mesmo tu… enquanto desassociada…trazes mais convidados ao Memorial do que aqueles que não são!” Eu sei que a mão do VERDADEIRO Deus preservou o meu coração de forma sobrenatural e milagrosa.

Foi esse coração preservado, que nunca parou de ansiar proximidade com Ele. Eu nunca parei de querer agradá-Lo, glorificá-Lo com a minha vida. Eu detestava cada vez que voltava para o mundo, porque havia falhado novamente em ser readmitida. Finalmente, após minha segunda tentativa de suicídio, eu sabia que tinha de fazer algo diferente e que não teria a ajuda que tão desesperadamente necessitava da organização.

Eu disse aos anciãos, em várias ocasiões, que era como se eu tivesse 2 braços partidos ou 2 pernas partidas e necessitasse de cuidados no “hospital” e eles me dissessem para melhorar e ENTÃO eu poderia obter a ajuda que necessitava. Eles nunca puderam responder a isso porque era verdade!

Então, fui a uma igreja. Eu passei os próximos 8 meses lutando contra as vozes em minha cabeça dizendo-me o quão desleal eu estava sendo para com Jeová (não tanto para a organização), mas para Jeová. Oh, e a Trindade! Uau! Isso é que foi difícil de engolir. Mas nosso Senhor é, oh, tão leal e Ele conduziu-me e após 8 meses de perturbação emocional e espiritual, em 3 de Abril de 2003, eu fui capaz de convidar Jesus Cristo em meu coração, como meu Senhor, DEUS e Salvador.

Os quase 8 anos que passaram desde então, foram cheios de maravilhas e milagres! Ele tem continuado Seu trabalho de cura em meu coração em base diária e o lançamento do meu livro este mês, é de facto, uma vitória. É para ser um trampolim para o ministério da mulher, que Ele me chamou para fazer isso. É apropriadamente intitulado de “As meninas do Papá”.

Ele quer que eu fale publicamente às mulheres e partilhe a minha história de esperança através de obstáculos aparentemente impossíveis. Mas é Deus! Ele é Deus do impossível e quanto mais impossível, melhor. Eu acredito que ele ame histórias de vidas de pessoas que tornam claro que a única razão pelo qual a pessoas sobrevivem, foi pela Sua mão.

He Showed Me Why
He Showed Me Why

Em meu livro, Ele mostrou-me o Porquê, eu documento as minha lutas e fracassos. Eu sou extremamente transparente acerca de todas as maneiras como a minha mente, meu coração e minha confiança em Deus foram devastados por tudo o que passei. Embora não seja uma leitura fácil, é a história carregada de provas do amor do VERDADEIRO Deus por mim e Suas mãos em mim, através das situações disfuncionais, destrutivas e comportamentais na minha vida.

Romanos 8:28 diz: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”. Como uma pessoa que passou uma grande parte da vida perguntando: “Como pudeste deixar que isto acontecesse? Porque aconteceu?”, eu sou muito abençoada por puder dar o meu testemunho vivo que as mais horríveis, cruéis e devastadoras experiências podem e serão mudadas de vez, se dermos a Jeová uma chance.

Esta é a minha história. Se foi abençoado com o que leu nesta MUITO resumida versão da minha história, eu acredito que será muito mais, pela longa versão do meu livro. Está disponível através do site amazon.com Ficarei honrada se me acompanhar através do milagre que tem sido a minha vida.

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